QUALIDADE DA ÁGUA
ABASTECIMENTO
CONSELHOS ÚTEIS E INFORMAÇÕES
Por forma a dar cumprimento ao disposto no n.º 3 do Anexo II, Parte A, do Decreto-Lei n.º 69/2023, de 21 de agosto, a EMAS implementa um programa de monitorização operacional que, de forma célere, fornece informações sobre o desempenho operacional e sobre alterações da qualidade da água, permitindo assim, a rápida adoção de medidas corretivas, previamente definidas.
No programa de monitorização é considerada a avaliação do risco ao longo do sistema de abastecimento.
Do Plano de Controlo Operacional fazem parte observações, procedimentos, avaliações analíticas e ações onde, entre outras, se incluem:
- Monitorização contínua do sistema através de telegestão;
- Programa de controlo preventivo e corretivo ao longo do sistema de abastecimento;
- Programa de controlo analítico da qualidade da água subterrânea e água tratada ao longo do sistema de abastecimento (neste caso com controlos mais frequentes, parâmetros e pontos de amostragem mais abrangentes relativamente aos definidos no âmbito do PCQA).
- Controlo de reagentes químicos a aplicar na água;
- Utilização de técnicas de tratamento apropriadas;
- Programa anual de limpeza e higienização de reservatórios e desinfeção de novas condutas;
- Boas práticas de reparação de avarias;
- Manutenção de equipamentos e verificações do estado de funcionalidade;
- Inspeções visuais da área envolvente das infraestruturas;
- Formação e capacitação dos recursos humanos.
LEGISLAÇÃO
O regime jurídico da qualidade da água destinada ao consumo humano é estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 69/2023, de 21 de agosto.
O controlo da qualidade da água para consumo humano é efetuado através da implementação do Programa de Controlo de Qualidade da Água para Consumo Humano, PCQA, em conformidade com o disposto no Capítulo II do Decreto-Lei n.º 69/2023, de 21 de agosto.
O PCQA é anualmente elaborado pela EMAS, submetido e aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, ERSAR. São cumpridas as disposições legais no que se refere a parâmetros, número e frequências de amostragem, colheitas e métodos analíticos.
É o ponto de amostragem, onde é efetuada a colheita da amostra de água para verificação da sua conformidade.
Está localizado no interior de uma instalação ou estabelecimento, é o ponto em a água que sai das torneiras, por regra, utilizadas para consumo humano.
A divulgação dos resultados decorrentes da implementação do PCQA, é efetuada trimestralmente, de acordo com o ponto 1 do artigo 32º do Decreto-Lei n.º 69/2023, de 21 de agosto)..
Os dados estão disponíveis para consulta no site EMAS. Estão reunidos por zona de abastecimento e por localidade. Pode ainda ser consultado o resumo com a totalidade dos resultados do concelho de Beja.
Da informação disponibilizada faz parte o número de análises previstas e realizadas, a percentagem de análises realizadas, o valor paramétrico, os resultados máximo e mínimo obtidos e a percentagem de análises que cumprem a legislação.
Para cada incumprimento são apresentadas causas apuradas e medidas corretivas implementadas.
Selecione o ano, trimestre e localidade:
O abastecimento de água ao concelho de Beja tem por base dois tipos de origens de água: superficial e subterrânea.
Assim, de acordo com a origem de água são definidos dois tipos de sistema de abastecimento:
Sistema Magra (água de origem maioritariamente superficial),
Sistemas Independentes (água exclusivamente de origem subterrânea).
A principal origem de água do Sistema Magra é superficial, proveniente da albufeira da Magra. A água captada é aduzida à Estação de Tratamento de Água da Magra onde tem lugar o processo de tratamento de água.
A captação e tratamento são da responsabilidade da Entidade Gestora em alta, Águas Públicas do Alentejo, SA (AgdA, SA).
De acordo com EG em alta, o tratamento efetuado na ETA da Magra é o seguinte:
- Pré-oxidação química;
- Correção de pH;
- Coagulação;
- Floculação;
- Flotação;
- Filtração;
- Oxidação intermédia;
- Adsorção com carvão ativado;
- Desinfeção;
- Polihidroxicloreto de alumínio;
- Poliacrilamidas iónicas e não iónicas;
O Sistema Magra também integra captações de água subterrânea, que funcionam como reforço ao abastecimento a partir da ETA da Magra.
As captações de água subterrânea estão localizadas nas áreas circundantes às localidades de Beja (11 captações) e Beringel (1 captação). De acordo com EG em alta, o tratamento da água captada consiste na desinfeção.
A captação de água subterrânea e respetivo tratamento são igualmente da responsabilidade da Entidade Gestora em alta, Águas Públicas do Alentejo, SA.
As localidades abastecidas pelo Sistema da Magra são as seguintes:
- Salvada, Cabeça Gorda, Quintos, Baleizão,
- Beja, Santa Clara de Louredo, Nossa Senhora das Neves, Vila Azedo, Maria do Vale, Porto Peles,
- Penedo Gordo, Santa Vitória, Mina da Juliana, Monte da Juliana, Albernoa, Trindade,
- Beringel, Trigaches, S. Brissos.
O abastecimento de água é efetuado a partir de água de origem exclusivamente subterrânea.
Os sistemas de abastecimento são:
- Sistema Mombeja
Nº captações: 1 captação;
Tratamento: Desinfeção
- Sistema São Matias
Nº captações: 1 captação;
Tratamento: Desinfeção, Filtração, Remoção de nitratos
- Sistema Vale de Rocins
Nº captações: 3 captações;
Tratamento: Microfiltração(4), Desinfeção NaClO, Desinfeção UV
O resumo global do sistema de abastecimento, com dados referentes a 2023, é apresentado na tabela.
Desde 1 de julho de 2010 que a EMAS de Beja, EM adquire água de consumo humano à empresa AgdA, SA, entidade gestora “em alta”, responsável pela captação e tratamento de água.
A EMAS, como entidade gestora de sistema de abastecimento público em baixa no concelho de Beja, é responsável em parte pelo armazenamento de água (Beja, Vale de Rocins) e pela distribuição de água aos sistemas prediais, aos quais liga através de ramais de ligação.
Relativamente ao tratamento, a operação da EMAS centra-se em postos de reforço de cloragem – desinfeção secundária.
O controlo da qualidade da água, inclui todas as localidades do concelho, e é efetuado na rede de distribuição, reservatórios (Beja) e torneira do consumidor. No sistema de Vale de Rocins é também efetuado controlo da qualidade nas captações subterrâneas (origens).
A EMAS é responsável pela qualidade da água distribuída.
A EMAS é integralmente responsável pela captação, tratamento, armazenamento e distribuição de água no sistema de abastecimento de Vale de Rocins.
Os dados da capitação referentes ao ano 2023, por localidade e do concelho, são apresentados na tabela.
De acordo com o estabelecido no artigo 61.º do Decreto-lei n.º 69/2023, de 21 de agosto, a EMAS disponibiliza a última Ficha de Avaliação, realizada e divulgada pela entidade reguladora do setor (ERSAR).
Se ocorrer uma interrupção de abastecimento de água à habitação:
- Verifique se todas as torneiras estão fechadas;
- Desligue os equipamentos elétricos que funcionam com água (termoacumuladores, máquinas de lavar);
- Após receber a notificação de interrupção, armazene apenas a quantidade de água necessária para o período de interrupção no abastecimento.
Para informação sobre o período de duração da interrupção, contacte, nos dias úteis, entre as 09h00 e as 17h30 o número 284 313 450, no restante período o número 962 088 273 (piquete).
Após a reposição do normal abastecimento de água, ao abrir as torneiras poderão verificar-se ruídos na canalização e a água surgir aos jatos, o que se deve à existência de ar nas canalizações.
Neste caso, aconselha-se deixar correr a água durante alguns segundos.
- Verifique periodicamente o contador de água de forma a controlar os seus consumos e utilize apenas a água de que necessita, evitando o desperdício.
- Verifique também, periodicamente, as torneiras e canalizações.
O cliente é responsável pela rede predial, pelo que deve assegurar que as canalizações e torneiras estão em bom estado de conservação.
As torneiras devem ser regularmente limpas e desinfetadas (interior e exterior, com lixívia ou álcool etílico) para evitar a acumulação de sedimentos e o desenvolvimento de microrganismos.
No caso da existência de reservatório integrado na rede predial, este deve ser arejado estar tapado e limpo. Deve também desinfetado uma vez por ano.
Os materiais a utilizar na rede predial devem ser adequados para o contato com água para consumo humano.
As canalizações de chumbo na rede predial aumentam o teor de chumbo na água pelo que devem ser substituídas por outro material, por exemplo PEAD, PEX, PP, FG, Cu, etc.
A introdução de água não tratada na rede predial através de captações particulares constitui um risco quer para a saúde dos habitantes, quer para a saúde pública por possível contaminação da água da rede pública de distribuição. Se a rede predial for comum às duas origens (água da rede e água da captação) estas ligações não são permitidas por lei.
Quando ocorre interrupção de abastecimento de água, devido por exemplo a intervenções de reparação de roturas na rede de distribuição, as condutas ficam sem água.
Esse espaço é preenchido com ar.
Quando é restabelecido o abastecimento, a maior parte do ar que existe na rede de distribuição é libertado através de ventosas e marcos-de-incendio.
Pode, no entanto, permanecer algum ar dentro das condutas.
Este ar pode sair por uma torneira e também pode dissolver-se na água. É este ar dissolvido que forma bolhas muito pequenas que dão uma cor branca à água.
A água com ar quando colocada num copo começa a ficar límpida de baixo para cima à medida que o ar é libertado. A sua ingestão não tem qualquer risco associado. Passados alguns minutos, quando todo o ar já foi libertado, o aspeto da água volta ao normal, ou seja incolor.
Esta situação é portanto pontual e temporária mas a água está própria para consumo.
A água que chega às torneiras foi anteriormente desinfetada por forma a não conter microrganismos que podem colocar em risco a saúde. Um dos desinfetantes utilizados pela EMAS é o hipoclorito de sódio que possui cloro, sendo adicionado à água em pequenas quantidades.
Quando surgem situações em que pode ocorrer turvação devido a intervenções na rede, como por exemplo as reparações de roturas, é aumentada a quantidade de desinfetante para garantir que, mesmo com alguma turvação ou com ar, a água que chega às torneiras é desinfetada. É nestas situações que a água cheira e sabe a lixívia ou a cloro, mas pode ser consumida sem risco porque os valores de referência do decreto-lei 306/2007, de 27 de agosto são respeitados.
Quando ocorrem intervenções de reparação de roturas na rede de distribuição de água, é necessário interromper o abastecimento de água, abrir a vala na zona envolvente da conduta com avaria e eventualmente substitui-la.
Como é natural, as condutas ficam com o interior exposto, podendo entrar alguns resíduos. Quando a reparação é concluída, lavam-se as condutas, deixando sair a primeira água com resíduos.
No entanto, a água pode transportar alguns resíduos e são esses resíduos que podem sair pelas torneiras.
Nestas ocasiões deve-se deixar correr alguma água até que fique com um aspeto incolor.
A água pode ter uma cor amarela devido à presença de ferro dissolvido.
O seu aparecimento em canalizações de ferro é normal, quando a utilização da água é interrompida por algum período de tempo (por exemplo, após ausência). Nesta situação a água que fica nas canalizações pode reagir com o ferro, adquirindo a tonalidade amarela.
No entanto o seu aparecimento constante poderá estar associado à corrosão das canalizações da habitação. As canalizações mais antigas são normalmente de ferro que se oxida formando ferrugem.
Esta é responsável pela cor amarela da água e pelo sabor.
Nestas ocasiões deve-se deixar correr alguma água até que fique com um aspeto incolor. Se a coloração persistir ou aparecer de modo frequente, é aconselhável a substituição de canalizações por material não corrosivo, como é o caso do PEAD (Polietileno de Alta Densidade).
A idade e o estado de conservação das canalizações podem interferir na qualidade da água, particularmente ao nível do cheiro, sabor e cor, pelo que é importante substituir as canalizações das habitações mais antigas.
Outro fator importante é a existência de bombas e/ou reservatórios nos prédios. Estes equipamentos devem ser sujeitos a rigorosos planos de manutenção, de modo a garantir que o seu funcionamento não afeta a qualidade da água, mantendo-se as suas características desde a rede pública até à torneira do consumidor.
De acordo com um estudo da DECO “Não existe uma melhoria significativa da qualidade da água com a utilização deste tipo de filtros, porque na generalidade os aparelhos apresentam falhas ao nível do tratamento da água, podendo mesmo libertar mais amoníaco, sódio ou ainda criar condições para o desenvolvimento de bactérias.”
De acordo com um parecer da APRH Associação Portuguesa de Distribuidores de Água: “ Tendo em conta os fundamentos técnicos e a relevância desta matéria no âmbito da saúde pública, é fundamental esclarecer os consumidores que a água resultante da passagem por estes aparelhos é uma água com carência em sais minerais dissolvidos e não aconselhável ao consumo humano.”
A rede predial tem início na válvula de seccionamento instalada no limite de propriedade.
A conservação e manutenção da rede predial é da responsabilidade dos proprietários.
A idade e o estado de conservação das redes prediais podem interferir na qualidade da água.
Segundo a ERSAR “parte dos incumprimentos ocorridos no controlo da qualidade da água efetuado a nível nacional, relativos a sabor, cheiro, cor, ferro ou contaminação microbiológica, devem-se à deficiente manutenção e limpeza das redes prediais ou aos materiais utilizados, que podem ser inadequados para estar em contacto com a água destinada ao consumo humano”.
Fonte: Orientação ERSAR “Procedimentos a adotar na rede predial de edifícios no regresso à normalidade, após estado de emergência”, 04/05/2020.
Medidas de proteção da saúde dos consumidores do sistema predial:
1. Realizar descargas na rede predial para renovar a água nas tubagens de água quente e de água fria, abrindo todas as torneiras da cozinha, dos chuveiros e lavatórios, durante 2 a 5 minutos, de uma forma sequencial, dependendo da dimensão da rede, e fazendo um mínimo de duas descargas em cada autoclismo;
2. Assegurar que os reservatórios e/ou termoacumuladores de água quente são esvaziados. Em alternativa, elevar a temperatura no equipamento a 70ºC, pelo período de uma ou duas horas antes da sua colocação em funcionamento, de modo a permitir uma temperatura mínima de 50ºC em qualquer ponto da rede de água quente e nomeadamente nos pontos de extremidade e no circuito de retorno quando existe;
3. Efetuar a limpeza e higienização de reservatórios de água, se existentes. Sobre o assunto pode ser consultada a Recomendação ERSAR n.º 1/2018, publicada no sítio da ERSAR na internet;
4. Verificar o correto funcionamento de válvulas de segurança, válvulas redutoras de pressão e vasos de expansão;
5. Desmontar e limpar os filtros existentes nas torneiras e chuveiros para a higienização das peças, lavando-as com água e detergente e, por fim, deixando-as mergulhadas durante 30 minutos em água com lixívia comercial diluída a 0,05 % ou 0,1 % de cloro ativo. Por exemplo, a partir de uma lixivia com hipoclorito de sódio a 3 % de cloro ativo, pode usar cerca de 30 ml de lixivia para um litro de água. Algumas peças poderão ser desinfetadas com álcool etílico a 70%;
6. Avaliar o risco de proliferação de Legionella na água da rede, principalmente de centros comerciais, hotéis, ginásios e estabelecimentos onde se prestam cuidados de saúde. Se necessário, fazer o despiste da análise de Legionella na água selecionando alguns pontos críticos do sistema predial. Sobre esta avaliação do risco recomenda-se a leitura do Guia "Prevenção e controlo de Legionella nos sistemas de água", da Comissão Sectorial para a Água (CS04) e do documento "Prevenção e Controlo da Legionella em Estabelecimentos após um período de interrupção parcial ou total do seu funcionamento" publicado recentemente pelo Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo I.P.;
7. Por fim, avaliar a eficácia da limpeza e higienização da rede, principalmente em grandes edifícios ou edifícios considerados críticos (como escolas, clínicas, centros comerciais, …), efetuando a análise de alguns parâmetros indicadores na água, como pH, condutividade e desinfetante residual.
Em caso de dúvida, solicitar o apoio da entidade gestora do sistema público de abastecimento de água ou da autoridade de saúde local.